28 de setembro de 2009

Rosa, rosae...

O Partido Socialista ganhou novamente as eleições. Bom proveito! Desta vez sem maioria absoluta. Espero que não tenhamos orçamentos de estado trocados por queijos…
Vizela parece que é o concelho mais socialista de Portugal. A rosa continua fresca e viçosa.
Não se antevê vida fácil para as outras flores…

24 de setembro de 2009

Cronologia do desespero

Gostava de poder encerrar definitivamente,ou ao menos durante um largo período, o dossier FC Vizela. Agora como mero espectador pretendia deixar as pessoas em paz e com a tranquilidade necessária para encontrarem uma solução. Mas como verifico que o clube continua a ser um forte manancial de situações caricatas, temo que me dê trabalho e substância para mais uns posts.

Neste vão três apontamentos, que acho, curiosos:

1. Em relação às últimas “contratações” do clube não posso deixar de dizer que se confirma a máxima enunciada por um ex-dirigente desportivo de que o que hoje é verdade amanhã é mentira. Acho, se me é permitido opinar, que, ou há por aí uma estirpe nova de um qualquer vírus que provoca esquecimento, ou as pessoas perderam completamente o sentido da decência e a noção do ridículo. Mas cada um veste o fato que melhor lhe parecer - apenas espero que não seja eu o único a reparar que, afinal, o rei vai nu.

2. Li e não vi ainda rebatida em lado nenhum (nem sequer na recente AG, e este é sem dúvida um assunto de interesse para o clube) a tese enunciada num artigo jornalístico publicado no jornal “a bola” assinado por José Manuel Delgado sob o título "Cronologia do processo tira argumentos a Vizela" e  relativo ao processo que culminou com a descida de divisão do FCV. Depois de enumerar cronológica e exaustivamente todas as fases do processo, conclui o citado artigo, embora de uma forma pouco clara,  que em referência ao "requerimento da revisão da decisão proferida pelo CD em 8 de Junho de 2009 que foi indeferida liminarmente em 21 de Julho de 2009"... "não apresentaram os agentes desportivos  punidos (Benjamim Castro e FC de Vizela) reclamação para o Plenário da CD, o que tornou tal indeferimento definitivo." O que, em linguagem de gente, parece querer dizer que o FCV perdeu o caso devido a um pequeno esquecimento. 

Quero acreditar que se trata de uma mera falácia jornalista mas fico preocupado por, passada uma semana, não ver desmentida nem desmontada a argumentação da citada peça. Nem mesmo ao abrigo do direito de resposta que assiste ao clube.

3. Pelo que me apercebo, e adiantando-me um pouco, preparam-se para salvar o clube as mesmíssimas pessoas(salvo uma ou outra excepção) que o colocaram no buraco em que se encontra. Ora a não ser que tenham, entretanto, frequentado cursos intensivos de gestão ou sido iluminados pela graça divina, não me parece, nem pouco mais ou menos, que sejam a solução para os graves problemas do clube... Mesmo que haja, como consta, um reforço significativo das verbas concedidas pelo principal financiador.


A visita da Manuela

Hoje encontrei o Paulo Portas… na minha caixa do correio. Por lá tinham passado o Manuel Monteiro, o Francisco Loução e a Manuela F. Leite. Do Sócrates ainda não tive notícias. Mas a sua visita, ao vivo e a cores, à nossa terra compensa essa falta.

Longe de outros tempos em que lhes era vedada a entrada na nossa terra, nesta campanha eleitoral, tivemos um fartote em matéria de desfile de candidatos. E ainda bem. A todos deve ser concedida a oportunidade de nos assombrar e o ensejo de ver a nossa grandeza. O Sócrates veio numa sexta à tarde, à hora do registo do euromilhões, a Manuela veio almoçar, o Telmo (presumo) passou no mercado, o Monteiro é quase um residente…

Pena não coincidir com as festas senão tinhamo-los a todos no cortejo.

Noutros tempos os candidatos esgrimiam ideias, batiam-se por ideais. Hoje, em nome do pragmatismo, apresentam medidas. De igual modo, hoje, as pessoas contentam-se com menos, umas promessas de baixa de impostos, um aumentozito dos salários….

Talvez por isso são cada vez menos os que os acompanham e param para os ouvir. Os fiéis, os funcionários do partido e pouco mais. Estrategicamente refugiam-se em pequenos espaços, esperam a hora de ponta, encenam-se comícios em que há sempre cantores de serviço para chamar pessoal, organizam-se uns jantaritos, distribuem-se bandeiras, cachecois, esferográficas e isqueiros, passam à pressa a mensagem de que é preciso "votar em nós" e ala que se faz tarde que o país é pequeno mas há outras terras e outros votos para conquistar.

Mas os verdadeiros palanques são as televisões. Hoje os políticos são produtos de telemarketing tal como a baba de caracol e as engenhocas para os abdominais. E milagrosos também.
Francamente fico sem saber se vamos eleger o melhor candidato a primeiro-ministro ou votar no actor com melhor prestação mediática.

Mas, quem sabe, talvez afinal de contas, as coisas tivessem sido sempre assim e eu é que andava iludido.

Bem ao menos nesta campanha tivemos algo novo e irreverente, o programa "esmiúça os sufrágios com o humor corrosivo dos "Gato Fedorento". Ah se ao menos a oposição lá fosse beber ideias...

NOTA DE RODAPÉ -  O título deve-se à analogia com um programa antigo de televisão, que muito me divertiu há alguns anos: "a visita da Cornélia". O facto de mencionar apenas o nome de um candidato não me parece que vá merecer reparos da CNE. Mas à cautela acrescento que este post é completamente apartidário.

15 de setembro de 2009

Campanha Nacional por uma Cidadania Activa


Este é o folheto criado pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses, disponível  ao balcão da Câmara Municipal de Vizela, e que, julgo eu, legitima  todas as minha intervenções.
Vindo de onde vem, tenho a certeza de que não se trata de publicidade enganosa.

Mudanças de camisola

Num dos últimos post escrevia eu que não me pretendia colar a nenhum partido político. Vivi estes anos sem sentir essa necessidade e motivos não me faltam para, cada vez mais, apreciar a minha independência.
Vem isto a propósito do caso mais mediático e esdrúxulo desta pré-campanha. Que ocorre precisamente numa das freguesias mais atrasadas e esquecidas¹ deste vale de lágrimas, perdão, do vale de Vizela. Pelo menos é assim que eu a vejo mas posso estar enganado… Vejam lá que até já possui Internet Wireless em toda a freguesia. Pobres, sim mas virados para o futuro. E antecipando-se ao Choque Tecnológico prometido pelo governo…
O caso prende-se com as mudanças de camisola que agitam as principais forças em confronto. Mas aqui a originalidade reside no facto de que, pelo que ouço e leio, todos terem trocado de posição. Um autêntico jogo de cadeiras no qual as pessoas para não perderem o assento até vendem a alma ao diabo.
Não é que a D.ª Paula Lima, a arqui-inimiga do sistema, que comeu toda a gente de cebolada, usando de manhas e artimanhas para ser eleita tesoureira da Junta, e com isto quase provocou uma apoplexia ao grande chefe foi, agora, por este convidada para o cadeirão-mor. Parece que a senhora tem capacidades e mostrou obra. Embora eu não atinja o que pode uma simples e minoritária tesoureira² de uma junta de freguesia obrar – mas isso é lá com eles.
O que resulta é que ela, ou por obediência ou por ambição, lá fez a cabriola e transferiu-se de armas e bagagens (e não sei se de convicções também) para o campo dos que ganham habitualmente. Só que, os que estavam deste lado (ódio velho não cansa!) não gostaram deste passo de dança e, vai daí, dançaram também eles em sentido contrário.
E agora está tudo virado do avesso. Quem dizia mal da tesoureira, agora diz bem, e critica é o presidente da Assembleia que se mudou para o inimigo para evitar uma coabitação contra-natura. Os ex - correligionários da dita senhora vêm a público desmascarar as antigas manobras da candidata e esta, agora, é defendida por quem, até há alguns meses atrás, a atacava… e assim por diante… ou vice-versa. Que eu até já estou confuso.
Perdoem-me o estilo e o tom brejeiro com que abordei este assunto mas se não levamos isto a rir acabamos todos no manicómio. Ou vemo-nos obrigados a emigrar para um país civilizado.
Agora, temos de ser francos, uma freguesia que mantém 20 anos o Domingos Lima³ a presidente da Junta merece tudo o que lhe possa acontecer. Comparado com ele qualquer autarca parece o Marquês de Pombal.

NOTAS DE RODAPÉ (escritas depois de ter o post pronto):

  1. Valho-me de uma fonte insuspeita e mencionada no dito site: “A terra é pequena, os acessos remotos e ninguém lhe aponta muitas qualidades além da beleza natural. Mas na verdade, é uma das poucas freguesias com acesso à internet wireless disponível gratuitamente para todos os habitantes, e por toda a freguesia.”      In avenidacentral (10-07-2009)

  2. Em conversa com um tagildense, acabei por verificar o quanto estava errado (é o que faz falar de cor!) e deslindar parte do mistério. Aliás, basta uma simples visita ao site da Junta de Freguesia de Tagilde para descobrir que, afinal, a D.ª Paula Lima é o "homem forte" do actual executivo tagildense. Assim se depreende da leitura dos recortes de imprensa laboriosamente reunidos e aí incorporados. Pela dita senhora, presume-se.Vai no caminho certo, ainda acaba Ministra da Propaganda…

  3. Tenho o Sr. Domingos Lima, que conheço há vários anos, por excelente pessoa. E não é isso que eu  ponho em causa no artigo…
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Um empate lamentável

Ao contrário do editorial do DDV que dá empate, logo 1 ponto para cada lado, no estranho jogo que opõe o FC Vizela à Autarquia, eu, no meu entendimento (e não sou comentador desportivo nem jornalista) acho o resultado enganador. Penso que esta birra, de que a marcação das assembleias para a mesma hora é um mero reflexo, vai saldar-se com uma derrota para ambos. Isto, se não se alterarem as posições e se não houver uma mudança radical e rápida de atitude das duas partes.

Um jogo (neste caso, uma espécie de braço de ferro) demasiado longo acaba por cansar, não só os intervenientes, mas também quem assiste. E damos por nós, enquanto público, a desistir de torcer pelos nossa cores e a desejar apenas que acabe para podermos ir à nossa vida.
Está mais que na hora de as pessoas se decidirem e se definirem.
Um tabu deve durar o tempo estritamente necessário para que dele se extraia algo de proveitoso. Quando se prolonga demasiado é óbvio que nada de bom sairá dessa indecisão até porque o próprio tempo acaba por deteriorar a situação e retirar-lhe qualquer vantagem entretanto conseguida.
Já não se trata de saber quem tem culpa (embora eu ache que se devem apurar as responsabilidades) ou de quem irá sair airosamente desta situação. Neste momento a prioridade tem que ser outra – salvar o Clube.
Se realmente o vosso amor ao clube é tão grande como apregoam isso deve ser suficiente para porem de lado as divergências, esquecerem os melindres e meterem mãos à obra. O FCV é um doente a precisar de uma intervenção urgente e profunda. O diagnóstico é claro, portanto, senhores doutores deste ramo da medicina cá da terra, apliquem o tratamento. De choque, que é bem preciso!

Ontem fui ver o FCV a Aveiro. E não sei se estarei a presumir demasiado mas a conclusão que tirei foi que se trata de um grupo triste, que joga qb para não sair humilhado, mas ao qual falta a chama que é o que transforma o jogo numa festa e é um regalo para quem joga e para quem assiste. E que só um ambiente estável é capaz de proporcionar.

NOTA DE RODAPÉ – Também eu tenho uma teoria acerca do desaparecimento do "computador - cérebro" da secretaria do FCV. Não a publico porque, como mera teoria que é, carece de confirmação e eu nem tenho provas para a sustentar nem os meios necessários para a sua comprovação. Mas reafirmo a minha disponibilidade, tanto neste como noutros assuntos, para contribuir, dentro das minhas possibilidades, para o apuramento da verdade e a devida identificação dos responsáveis.
Assim sendo, ponho-me à disposição de quem o pretenda, inclusive das autoridades, para os esclarecimentos que acharem necessários.

6 de setembro de 2009

Esclarecimento

Vi, e não nego que numa primeira impressão até me senti lisonjeado, uma parte do meu post anterior, transcrito no blog de campanha de uma força partidária.
O que, a bem da verdade, me obriga a esclarecer o seguinte:
Não sei qual o propósito de uma estrutura de campanha (ainda por cima bipartidária) devidamente organizada e com elementos competentes em diversas áreas, se socorrer de um texto escrito às três pancadas por alguém que, como eu, tão pouco preparação demonstra e que tão mal classificado se encontra no ranking de personalidades desta terra. E mais, que não nutre por essa força partidária especial simpatia.
Não vejo, salvo uma pontual identidade de pontos de vista perante o óbvio marasmo que atinge esta terra, qualquer ligação ou afinidades entre mim e a coligação que, até do ponto de vista ideológico, se me situa num campo demasiado afastado. Por muito respeito que me mereçam algumas pessoas que fazem parte das listas a quem reconheço competência e credibilidade.
Talvez em política o aforismo de que os inimigos dos nossos inimigos são nossos amigos encontre uma significativa e reforçada amplitude. Mas calma, as companhias e, ainda mais, os amigos gosto de ser eu a escolhê-los.
E mesmo que o slogan de campanha da Coligação possua um sentido abrangente “Vizela para todos”, bem sabemos que os “tachos” não são assim tantos. E o carreirismo político não faz parte da minha lista de prioridades.
E também sei, a experiência assim me ensinou, que a humildade e simpatia dos candidatos depressa se transformam em arrogância, prepotência e distanciamento em relação ao povo, uma vez eleitos.
No entanto, dado que presentemente me encontro desocupado, se a coligação, ou outra força qualquer, se mostrar interessada na contratação dos meus humildes serviços, não por convicção mas por necessidade, estarei disponível para uma eventual negociação.
Desculpem o desplante mas gosto de corrigir os mal-entendidos.
Por último, não sei se deva agradecer o facto de a vossa referência ter servido de veículo promocional ao meu blog, mas mesmo isso é coisa de somenos importância, dado que não pretendo bater recordes de visita. Se assim fosse não proibia o acesso a “ fundamentalistas e mentecaptos” o que, por si só, afasta uma parte significativa dos potenciais leitores.

1 de setembro de 2009

Carta Aberta

Exmos. Senhores Doutores João Cocharra e Francisco Ferreira, respectivamente, Presidentes da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal de Vizela, entre 2005 e 2009,

Tenho diante de mim um manifesto eleitoral intitulado “Compromisso 2005/2009” apresentado por V. Exas. aquando das últimas eleições, em cujo programa, a par de um leque de propostas e intenções generalistas e vagas, consta uma série de medidas concretas, nomeadamente construções de várias valências, as quais por muito que eu esforce os olhos, ao percorrer hoje este nosso Concelho, não consigo lobrigar em lado nenhum.

E que, sem mais prolegómenos, passo a enumerar seguindo a ordem pela qual aparecem no referido folheto: 

• Construção das piscinas municipais.

• Construção de um Auditório Municipal

• Construção da Biblioteca Municipal

• Conclusão do edifício sede da Câmara Municipal

• Recuperação do edifício para albergar a Casa da Juventude.

• Requalificação da Praça da República criando um núcleo de interpretação museológica das Termas Romanas.

• Aposta inequívoca na execução do Plano Director Municipal (PDM) de Vizela…

• Despoluição do Rio Vizela e regatos de Passos e de Sá já em 2006

• Criação da praia fluvial da Cascalheira… “este é um passo a consolidar em breve”

• Construção de um Ecocentro

• Continuação da requalificação do Parque das Termas…

• Construção de um Parque de campismo nas confrontações do Parque das Termas e da Praia Fluvial da Cascalheira.

• Criação de um Museu das Termas no Mourisco

• Fundação de um espaço para exposição dos achados arqueológicos encontrados no Concelho de Vizela…

• Dinamização cultural e recreativa do parque das Termas.

• Construção de uma ciclovia marginal ao Rio Vizela

• Multiplicação da oferta de espaços para a prática do desporto nas freguesias

• Modernização dos espaços desportivos com “uma grande intervenção no parque desportivo de Santo Adrião”...



Ufa! Fiquei cansado!
Esta é realmente uma lista extensa e que, a ser executada, nem que fosse só pela metade, asseguraria a devida “notoriedade do concelho de Vizela no contexto regional” e melhoraria visivelmente a “qualidade de vida da população do concelho de Vizela”.
Eu confesso que sou meio distraído e que a minha participação, tanto cívica como lúdica, nas actividades da terra tem deixado algo a desejar, mas dado que se trata, na maior parte dos casos, de construções, acho que não me passaria despercebido caso elas se tivessem tornado realidade.

Como nada disso se verifica, eu, abaixo assinado, que seduzido pelo vasto programa de desenvolvimento da nossa terra,  votei no Partido Socialista nas eleições autárquicas de 2005, acho que tenho todo o direito de por este meio e humildemente solicitar a Vs. Exas. se dignem esclarecer-me acerca das razões do não cumprimento do mesmo.
Têm todo o tempo até às próximas eleições para me fornecer uma explicação convincente de modo a poder, de novo e em consciência, confiar em V. Exas. e votar no Vosso partido sem a sensação de estar a ser enganado.

Respeitosamente.

Sérgio Coelho

24 de agosto de 2009

Apito final

Exmo. Senhor Presidente da Direcção do FC Vizela (ou a quem possa interessar)
Servi o clube nos últimos 7 anos. Um longo e inesperado percurso. E gratificante, se apenas levar em conta o prazer e o nível do trabalho que realizei.
Bati-me e porfiei para que o clube ao longo deste período se modernizasse e criasse condições para se projectar no futuro. Sobretudo através da criação de uma estrutura forte e à prova de abalos, que permita, em situações de crise, minimizar-lhes o impacto e impedir que os seus efeitos se reflictam negativamente na operacionalidade do Clube, com especial incidência nos resultados da equipa de futebol.
Entendo que o clube, nos últimos anos, deixou escapar essa oportunidade de se transformar. Constato isso com pena mas também com a consciência de que não me cabe nenhuma responsabilidade no assunto.
Nem os estímulos nem os factores externos permitiram alterar uma estrutura cheia de vícios e ancilosada cujos funcionários (e também dirigentes e colaboradores), na sua maioria, ineficientes e acomodados, parecem mais preparados para mandar que para servir e são exímios em fugir ao trabalho e às responsabilidades. Talvez porque são avaliados e recompensados, não em termos de competência ou de desempenho, mas em obscuros critérios de antiguidade, bajulice e subserviência. Modelo em que não me revejo e em que não me quero converter.
Mas o que fiz ou pretendi fazer não é para aqui chamado, pois fui pago por isso. Embora quase sempre tarde e mal...
Ao longo deste tempo, trabalhei com dezenas de jogadores a quem sempre apoiei e à maioria dos quais me ligam laços de amizade. Colaborei com várias equipas técnicas às quais sempre devotei respeito e lealdade. Servi todas as direcções com honestidade e dedicação. Embora nem sempre com empatia em relação a certos elementos ou em concordância com determinadas linhas de orientação. Mas acho que não será ético da minha parte acrescentar qualquer tipo de comentário ou emitir qualquer juízo de valor em relação às pessoas e às respectivas gestões. Pelo menos, por enquanto…
Neste momento, após um processo turbulento de descida de divisão, cujos responsáveis continuam impunes e inimputáveis, mas cujas consequências tanto se fazem sentir, receio pelo presente e pelo futuro do clube.
Demitiu-se o Presidente da Direcção com o qual eu tinha um acordo verbal para continuar. Mais não me resta, até porque não tenho qualquer vínculo laboral com o clube, que seguir-lhe o exemplo e deixar ao seu sucessor a liberdade de contratar quem bem entender para as funções que tenho vindo a desempenhar.
Aliás, há dirigentes que pensam e dizem ser esse um cargo perfeitamente dispensável. E, em altura de crise, sempre será menos um encargo…
Vizela, 14 de Agosto de 2009.
Sérgio Coelho

Prolongamento

Já agora, caro leitor, mais um pouco de paciência. Eu sei que o texto vai longo mas ainda aguenta duas ou três linhas.
Se isto é um adeus, e de certeza que é um fim de ciclo, não posso esquecer quem, durante este tempo, me apoiou e também quem me desafiou; quem chorou comigo e quem me fez rir; quem me estendeu a mão e quem me ensinou a levantar sozinho; quem caminhou a meu lado e quem me arrastou consigo…

E ficar profundamente reconhecido a todos os que me deram a prenda da sua amizade.

E embora não recorde todos os nomes tenho a certeza que algures cá dentro há uma pequena parte de mim que também lhes pertence.

Para os outros eis uma pequena história:
“ Numa equipa de futebol, o guarda-redes é para os colegas a derradeira esperança e para os adversários a última barreira. Para um dos lados é o alvo a abater e para o outro, apenas, o bode expiatório. É o saco de pancada e a vítima maior das circunstâncias.

Cai e ergue-se vezes sem conta. Aliás as quedas são, muitas vezes, artifícios e as melhores ferramentas para o seu desempenho. Quando o julgamos batido eis que se levanta, enraivecido e, mais forte e motivado, continua.

Muitas vezes armado em cavaleiro solitário de cruzadas inúteis."

É preciso ter pancada… mas há pessoas assim.
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Pontapé de saída

Não era minha intenção abrir o blogue desta maneira. Até já tinha o post de apresentação mais ou menos alinhavado… mas como se diz, Deus ri-se dos nossos planos, quando lhos contamos. E a nós, simples humanos, mais não resta que refazer o texto, mudar de linha e seguir em frente, só para não dar mostras que sermos derrotados pelos fados ou pelos deuses ou pelos outros, seja o fim do caminho.
Este espaço estaria reservado a outros projectos, mais dirigidos à coisa pública, tal como, aliás, consta no subtítulo. Estou consciente que este assunto não merece tamanha distinção mas também reconheço que é capaz de ter provocado a curiosidade de alguma gente. Mais a mais no decorrer de uma silly season em que é costume nada acontecer. E assim sendo…
No passado dia 14 de Agosto, após ter dado conta da minha intenção ao Presidente da Direcção do FC Vizela, sr. Paulo Pinheiro, entreguei na secretaria do clube, uma carta dirigida ao presidente da Direcção do FC Vizela “ou a quem o substitui” como achei por bem acrescentar entre parênteses. Isto porque, como é do conhecimento geral, o Presidente encontra-se demissionário. Face à ausência de resposta do presidente que, de partida para férias, ou por falta de tempo ou por achar que extravasava as suas competências, não encontrou vaga na agenda para tratar assunto tão comezinho, ou da não resposta do seu presidente-adjunto que 3 dias depois me confessou não se ter dado ainda ao trabalho de ler a missiva, decidi de "motu proprio", cessar as minhas funções no clube.
E pronto!

Achei por bem dar-me ao trabalho de redigir este esclarecimento porque como é usual nesta terra (talvez em todo o lado seja assim), até as coisas mais simples são passíveis de subjectivas interpretações e dão azo às especulações mais fantasiosas.
Para evitar mal entendidos transcreve-se noutro post e na íntegra a referida missiva.