7 de julho de 2011

FCVizela - Uma proposta de reflexão.

Porque certamente não marcarei presença na próxima AG do clube, sexta-feira (até porque tenho as quotas em atraso), permitam que apresente algumas considerações, não só directamente relacionadas com o ponto único da Ordem de Trabalhos, a venda da sede, mas também acerca dos últimos acontecimentos ocorridos no clube.


E, já agora, concedi-me o atrevimento de apresentar algumas ideias avulsas que eu considero, não como propostas milagreiras para resolver a crise, apenas um simples contributo para uma reflexão alargada no sentido de encontrar um solução estável e duradoura para o nosso clube.
  • Venda do edifício-sede
A sede, que me lembre, albergou sucessivamente, um restaurante e um café, geridos pelo clube, os serviços administrativos e da Direcção, uma (ou várias) sala de jogo clandestino e uma frutaria. Nunca deu lucro que se visse - até há quem diga que todas as apostas redundaram em fracassos e buracos financeiros.

Actualmente existem no edifício, 1 banco, 2 café-bares, e uma sala de reuniões que constitui o espaço de trabalho, e lúdico também, do cobrador de serviço.
As rendas, depois da última rectificação em AG, dão apenas para pagar os encargos bancários que o imóvel custa ao clube.

Trata-se de um símbolo do clube – inegavelmente. Mas deixemo-nos de lirismos, uma loja no centro da cidade serve perfeitamente para o efeito. Até porque as sucessivas hipotecas e leasings acabaram por retirar-lhe quase todo o valor patrimonial e imobiliário que possuía.
Venda-se!

Assim como não me importava absolutamente nada de ver serem vendidas as bandeiras, os equipamentos e as taças (que aliás estão a ser alvo de um processo de penhora) caso lhes fosse atribuído algum valor comercial.

As circunstâncias exigem medidas drásticas. 

  • ·        Dívidas a ex-presidentes
Outra dessas medidas passaria pela desistência, por parte dos ex-presidentes, da cobrança dos valores que deixaram no clube. Sei que não tem havido reclamação mas ela, a dívida, continua a existir e continua registada. E enquanto assim for, constituirá uma ameaça para quem eventualmente aceite dirigir o FCV.

Moralmente, não se pode exigir aos fornecedores que desistam dos pagamentos da prestação dos serviços que lhe foram solicitados e que prestaram devidamente. (Fornecedores, aliás, que têm sido de uma paciência e compreensão extraordinárias.)

Podemos, isso sim, reclamar a quem voluntariamente, para satisfazer necessidades ou tão-só meros caprichos e vaidades pessoais, injectou dinheiro no clube, que abdique totalmente e sem condições, do que o clube lhe é devedor.

  • ·        Protocolo com o SCB
O protocolo com o SCB, não sendo a aposta ideal (todos o sabemos!) é um mal necessário, em face das dificuldades por que passa o clube. Há que assumi-lo. Resguardando-se, porém, já que nos moldes que se prefiguram e em termos de futuro, quantos mais jogadores pertencentes ao Braga vierem, menos espaço sobra para os de Vizela.

Para acautelar o futuro, a contratação do treinador para a época seguinte (2012-2013) deverá ser a principal, e temporalmente, a primeira prioridade. A existência de um “treinador-sombra”, a exercer funções a partir de Janeiro, será uma hipótese a ter em conta. Tendo basicamente como objectivo um trabalho de sapa na prospecção de jogadores e interagindo com o departamento de formação do clube.

  • ·        Aposta na Formação
Uma aposta real, progressiva e sustentada, nos jogadores oriundos do departamento de formação, a partir da época de 2012/13. Digo progressiva e sustentada se as circunstâncias o permitirem. Mas nunca de forma abrupta e extemporânea - como alguns defendem. Até porque acho contraproducente e votado ao fracasso fazer recair, pelo menos na totalidade, sobre os ombros dos miúdos que ainda agora, disputam os campeonatos juvenis, a obrigação de salvarem o clube.

  • ·        Esclarecimento
Por último, as instituições podem ser importantes mas as pessoas são-no ainda mais. E entendo que quem se dedica a uma profissão de alma e coração e a cumpre com brio, tem o direito a receber atempadamente a respectiva retribuição sob a forma de salário. No mínimo, já que a dedicação a uma causa, como foi o caso de gente que saiu do clube recentemente (e não falo do meu caso) não tem preço.
Entre o clube e os funcionários, não tive dúvidas em escolher lutar pelo bem-estar das pessoas.
Essa foi a minha opção. E não estou minimamente arrependido.

  • ·        Conclusão
Admito que nesta altura de crise generalizada manter nesta terra um clube que sonhou alto e que habituou as pessoas a um estatuto que não lhe pertencia, pode parecer um luxo. E é tarefa que não se afigura fácil. Basta ver um dos últimos comentários no site da RV, “força Vizela vamos todos ajudar o clube a subir à Liga Orangina…” para perceber que há pessoas que estão noutro tempo, noutro espaço, noutro sonho… Completamente desactualizadas - mas a pensar em grande!

É altura de descermos à terra.

E apelar às pessoas com boa vontade e efectiva capacidade para resolverem o problema, que, se realmente gostam do clube, esta é a altura certa para o demonstrarem. Com obras e gestos de generosidade e não apenas por palavras. 
Sob pena de ver deixar morrer mais uma instituição desta terra e andarmos todos daqui por uns tempos a chorar sobre o leite derramado e a unir esforços em torno de uma causa perdida.

28 de setembro de 2009

Rosa, rosae...

O Partido Socialista ganhou novamente as eleições. Bom proveito! Desta vez sem maioria absoluta. Espero que não tenhamos orçamentos de estado trocados por queijos…
Vizela parece que é o concelho mais socialista de Portugal. A rosa continua fresca e viçosa.
Não se antevê vida fácil para as outras flores…

24 de setembro de 2009

Cronologia do desespero

Gostava de poder encerrar definitivamente,ou ao menos durante um largo período, o dossier FC Vizela. Agora como mero espectador pretendia deixar as pessoas em paz e com a tranquilidade necessária para encontrarem uma solução. Mas como verifico que o clube continua a ser um forte manancial de situações caricatas, temo que me dê trabalho e substância para mais uns posts.

Neste vão três apontamentos, que acho, curiosos:

1. Em relação às últimas “contratações” do clube não posso deixar de dizer que se confirma a máxima enunciada por um ex-dirigente desportivo de que o que hoje é verdade amanhã é mentira. Acho, se me é permitido opinar, que, ou há por aí uma estirpe nova de um qualquer vírus que provoca esquecimento, ou as pessoas perderam completamente o sentido da decência e a noção do ridículo. Mas cada um veste o fato que melhor lhe parecer - apenas espero que não seja eu o único a reparar que, afinal, o rei vai nu.

2. Li e não vi ainda rebatida em lado nenhum (nem sequer na recente AG, e este é sem dúvida um assunto de interesse para o clube) a tese enunciada num artigo jornalístico publicado no jornal “a bola” assinado por José Manuel Delgado sob o título "Cronologia do processo tira argumentos a Vizela" e  relativo ao processo que culminou com a descida de divisão do FCV. Depois de enumerar cronológica e exaustivamente todas as fases do processo, conclui o citado artigo, embora de uma forma pouco clara,  que em referência ao "requerimento da revisão da decisão proferida pelo CD em 8 de Junho de 2009 que foi indeferida liminarmente em 21 de Julho de 2009"... "não apresentaram os agentes desportivos  punidos (Benjamim Castro e FC de Vizela) reclamação para o Plenário da CD, o que tornou tal indeferimento definitivo." O que, em linguagem de gente, parece querer dizer que o FCV perdeu o caso devido a um pequeno esquecimento. 

Quero acreditar que se trata de uma mera falácia jornalista mas fico preocupado por, passada uma semana, não ver desmentida nem desmontada a argumentação da citada peça. Nem mesmo ao abrigo do direito de resposta que assiste ao clube.

3. Pelo que me apercebo, e adiantando-me um pouco, preparam-se para salvar o clube as mesmíssimas pessoas(salvo uma ou outra excepção) que o colocaram no buraco em que se encontra. Ora a não ser que tenham, entretanto, frequentado cursos intensivos de gestão ou sido iluminados pela graça divina, não me parece, nem pouco mais ou menos, que sejam a solução para os graves problemas do clube... Mesmo que haja, como consta, um reforço significativo das verbas concedidas pelo principal financiador.